Não entendo porque eu, pai, devo escrever essa carta de despedida, talvez pela mamãe não ter condições de digitar tais palavras, porque seus olhos cada vez que vislumbram começar a expor em palavras seus sentimentos, a impedem... Aqui do meu lado está seu irmão menor, diferente, muito diferente de quando você estava entre nós, nessa casa que ficou grande demais, ainda juro ouvir seus suspiros, tosse e patinhas andando por aqui, sua mãe sonha contigo constantemente, e sua irmã insiste em lembrar você em vários momentos de nossos dias, ela que foi cuidada por você quando bebezinha, sempre chegando para perto de nós quando ela acordava no berço, pois você estava lá, embaixo do berço de orelhas em pé, para cada chorinho dela, ou melhor, orelhas nem tão em pé assim, porque eram grandes, muito grandes, lindas, peludas, macias, quentes...
Tody, esperamos que tenha sido feliz e nos perdoe por não ter te proporcionado mais. Tua atenção constante, e teu companheirismo, sempre fascinaram todos, teu olhar inconfundível sempre estará em nossas orações.
Te amamos filho querido!